terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Saudade

Minha "louca" alma louca clama pela sua presença;

Como uma criança mimada, finge que você está ali;

Ouve as “suas” músicas;

Assiste aos “seus” filmes;

Visita os “seus” lugares favoritos;

Toca o "seu" instrumento;

Usa as “suas” cores;

Lê os “seus” autores;

Dança os “seus” movimentos;

Come “a sua” sobremesa preferida;

.............................................................

Só assim para a “sua” presença estar ali;

a acalmar a minha "eterna saudade".

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Novo Blog

Como esse meu cérebro não pára, criei outro Blog sobre o que acontece em São Paulo.

O link é http://vidapaulista.blogspot.com

Passe por lá e por aqui sempre que quiser, mas deixe os seus comentários.

Até mais.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O Gigolô das Palavras

Segue abaixo parte de um texto que eu gostaria de ter escrito, tamanho é o meu amor pelas palavras. Deliciem-se!

...Sempre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional.

Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.

Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.

Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Dupla Penetração

Estou com as idéias assanhadas, cheias de nós e gostaria, sem a pretensão de fazer uma análise profunda sobre algo, de registrá-las nesse meu cantinho.

Bem, você sabe exatamente o “tipo” de pessoa que lhe agrada? Tem certeza absoluta de que alguém com características diferentes das que você considera "as melhores" não lhe “fará feliz”? Você busca “estabilidade” emocional e financeira ou um “amor arrebatador”?

Nesse domingo, 23 de novembro, ao assistir ao filme Vicky Cristina Barcelona, produzido e dirigido por Woody Allen, eu passei a refletir sobre a percepção que tenho sobre o tipo de relacionamento que quero ou não. Não que antes de assisti-lo eu não me apegasse a esses pensamentos, mas eles estavam adormecidos e foram acordados.

Eu já admirei as pessoas que sabiam exatamente o que queriam da vida. Hoje, essa admiração já não faz tanto sentido porque eu não sei o que é “saber exatamente” o que se quer para a vida. E pelo fato de eu ter muitas dúvidas sobre a vida, desconfio, e até duvido, das pessoas que não têm. É isso mesmo!!!!

Se eu estivesse com um pouco mais de preguiça, resumiria esse texto dizendo que a vida é uma “bagunça”, e ela é. Como quero "conversar com as palavras", descreverei alguns pontos que me intrigam.

Já reparou que a vida vive dando nós em nossas percepções sobre "tudo"?

Já sei! Em sua cabeça esses nós não têm espaço porque você é uma pessoa que sabe o que quer e não tem tempo para “papo furado” e “romantismo barato”. Tudo bem, é só parar de ler e voltar para a sua "vida programada".

Ok, sua paciência está no "limite", mas, de pirraça, você quer saber como o texto termina, pois você "decide" o que fazer. Além disso, ficou intrigado com o título e pensa que as coisas "esquetarão" daqui para a frente.

Na intenção de desatar ou apertar os nós da minha mente, digo que acho “estranho” o poder que algumas pessoas opostas ao que consideramos nosso "par ideal" têm de nos fazer mudar de idéia. Não que eu tenha um "par ideal" no momento ou queira um.

"Essas pessoas tiram" o nosso chão confortável e nos "mostram" outros caminhos e possibilidades, antes desprezados completamente. E não é que em muitos casos, a gente acaba gostando do que antes não gostava?

É nesse ponto que o “amor ideal” se transforma naquilo que não queremos para a vida?

Eu só sei que o que eu quero ou não vivem vagando de um lado a outro, como se fossem peixinhos no mar. Numa hora estão do lado de cá; noutra, do lado de lá. É um "troca-troca" infernal e eu penso, será que isso é "normal"?

Eu não sou uma pessoa de ficar citando autores e nem gosto disso, mas o Sr. Nelson Rodrigues dizia que "de perto, ninguém é normal". Se ele estivesse vivo, eu lhe daria os parabéns pessoalmente por essa observação, pois a acho "curiosíssima"!

Voltando aos meus nós, acabei de entender a minha percepção de dupla penetração. Num dia, as informações penetram em meu cérebro de tal forma que eu fico arrepiada com o fato de ter encontrado “definitivamente” o caminho a ser seguido. É como se eu fosse imbatível e capaz de tomar todas as decisões que me levarão ao “caminho eterno da felicidade”.

Passado algum tempo, muitos livros, filmes, músicas, pessoas, lugares, peças, arquiteturas, calçadas e conversas, percebo que as minhas percepções estão “de cabeça para baixo” e ficam melhores assim.

Já que não há "saída", que a vida penetre a minha mente e a faça germinar, mudar de rumo e gozar "sempre"!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A realidade na TPM

Hoje, a realidade está na TPM e logo cedo começou a "buzinar" um monte de reclamações nos meus ouvidos. Ela está num mau humor daqueles e está me deixando estressada. Veja o que ela disse sobre algumas coisas que atormentam a vida das mulheres.

1) Quer ter um corpinho nota 1000 em 15 dias? Esqueça!

Para alcançar um corpo melhor, você terá que ralar muito na academia e controlar o "leão" que existe em seu estômago. Pode ser que os resultados venham se você for disciplinada e seguir a sua meta até o fim. Parece fácil, mas não é. Lembre-se que você não é só um corpo e pode atrair muita gente com outras milhares de qualidades escondidas embaixo das gordurinhas. Seja menos fútil e tenha mais conteúdo!

2) Quer ter muito dinheiro? Ou você ganha na mega sena ou vai ter que trabalhar MUITO, aprender a economizar para, um dia, comprar os tão sonhados bens materiais. Ah! Ser um gênio e ter uma idéia revolucionária também pode encurtar o caminho, desde que você convença um investidor a aplicar dinheiro para materializar a sua idéia e venda esse "produto" para muitas pessoas. Mesmo assim, terá que pagar um absurdo de impostos, salários das pessoas que trabalharão para você, a parte dos acionistas etc. Pode até ser que sobre um salário mínimo para você no final do mês...hehehehehe.

3) Quer conquistar o gato dos seus sonhos? Não leia os absurdos que as revistas publicam. Imagine quantas mulheres tolas seguirão os mesmos passos para conquistar o gato que você também quer. O jeito é deixar a vida rolar e "sondar" se ele também está interessado em você. Se não estiver, caia fora e procure outro pretendente. Existem muitas possibilidades no mundo. Se conseguir o gato, analise e veja se ele vale a pena e se preenche as qualificações mínimas definidas por você. Depois que a paixão passa, vem a realidade e o que sobra pode não ser exatamente o que lhe atrai.

4) Quer um trabalho melhor? Arregace as mangas e envie o seu curriculum para as empresas que têm o perfil parecido com o seu. Você tem a opção de escolher. Só não vale passar a vida toda reclamando sem fazer nada!!!

5) Um último aviso de uma realidade à beira de um ataque de nervos! A tristeza está me enchendo o saco e acaba de me colocar cara a cara com a realidade, ou seja, o espelho, e eu percebi que em alguns momentos, sou chata pra caramba!!

A realidade e a tristeza que se entendam porque eu, Sônia, tenho que voltar ao trabalho!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Propaganda de Cerveja para mulheres

Tenho a certeza de que todas as mulheres estão de saco cheio de assistir às propagandas de cerveja que mostram apenas mulheres peitudas e bundudas, em trajes que servem para garotinhas de 10 anos.

Os publicitários têm que perceber que nós, mulheres, também bebemos uma cervejinha de vez em quando e, gostaríamos de ver mais criatividade nas propagandas.

Por isso, eu gostaria de saber como seria, para vocês, uma propaganda top de linha...daquelas de deixar a gente de boca aberta. Mandem as suas sugestões!!!

Saúde!!!!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Uma Esperança


Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.
Houve um grito abafado de um de meus filhos:

- Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso.
Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.

- Ela quase não tem corpo, queixei-me.

- Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.

Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender.

- Ela é burrinha, comentou o menino.

- Sei disso, respondi um pouco trágica.

- Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.

- Sei, é assim mesmo.

- Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.

- Sei, continuei mais infeliz ainda.

Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando-a como se vigiava na Grécia ou em Roma o começo de fogo do lar para que não se apagasse.

- Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar devagar assim.
Andava mesmo devagar - estaria por acaso ferida? Ah não, senão de um modo ou de outro escorreria sangue, tem sido sempre assim comigo.

Foi então que farejando o mundo que é comível, saiu de trás de um quadro uma aranha. Não uma aranha, mas me parecia "a" aranha. Andando pela sua teia invisível, parecia transladar-se maciamente no ar. Ela queria a esperança. Mas nós também queríamos e, oh! Deus, queríamos menos que comê-la. Meu filho foi buscar a vassoura. Eu disse fracamente, confusa, sem saber se chegara infelizmente a hora certa de perder a esperança:

- É que não se mata aranha, me disseram que traz sorte...

- Mas ela vai esmigalhar a esperança! respondeu o menino com ferocidade.

- Preciso falar com a empregada para limpar atrás dos quadros - falei sentindo a frase deslocada e ouvindo o certo cansaço que havia na minha voz. Depois devaneei um pouco de como eu seria sucinta e misteriosa com a empregada: eu lhe diria apenas: você faz o favor de facilitar o caminho da esperança.

O menino, morta a aranha, fez um trocadilho, com o inseto e a nossa esperança. Meu outro filho, que estava vendo televisão, ouviu e riu de prazer. Não havia dúvida: a esperança pousara em casa, alma e corpo.

Mas como é bonito o inseto: mais pousa que vive, é um esqueletinho verde, e tem uma forma tão delicada que isso explica por que eu, que gosto de pegar nas coisas, nunca tentei pegá-la.

Uma vez, aliás, agora é que me lembro, uma esperança bem menor que esta, pousara no meu braço. Não senti nada, de tão leve que era, foi só visualmente que tomei consciência de sua presença. Encabulei com a delicadeza. Eu não mexia o braço e pensei: "e essa agora? que devo fazer?"

Em verdade nada fiz. Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim.

Depois não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada.

Clarice Lispector
P.S. Eu AMO esse conto.