quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O Gigolô das Palavras

Segue abaixo parte de um texto que eu gostaria de ter escrito, tamanho é o meu amor pelas palavras. Deliciem-se!

...Sempre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional.

Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.

Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.

Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Dupla Penetração

Estou com as idéias assanhadas, cheias de nós e gostaria, sem a pretensão de fazer uma análise profunda sobre algo, de registrá-las nesse meu cantinho.

Bem, você sabe exatamente o “tipo” de pessoa que lhe agrada? Tem certeza absoluta de que alguém com características diferentes das que você considera "as melhores" não lhe “fará feliz”? Você busca “estabilidade” emocional e financeira ou um “amor arrebatador”?

Nesse domingo, 23 de novembro, ao assistir ao filme Vicky Cristina Barcelona, produzido e dirigido por Woody Allen, eu passei a refletir sobre a percepção que tenho sobre o tipo de relacionamento que quero ou não. Não que antes de assisti-lo eu não me apegasse a esses pensamentos, mas eles estavam adormecidos e foram acordados.

Eu já admirei as pessoas que sabiam exatamente o que queriam da vida. Hoje, essa admiração já não faz tanto sentido porque eu não sei o que é “saber exatamente” o que se quer para a vida. E pelo fato de eu ter muitas dúvidas sobre a vida, desconfio, e até duvido, das pessoas que não têm. É isso mesmo!!!!

Se eu estivesse com um pouco mais de preguiça, resumiria esse texto dizendo que a vida é uma “bagunça”, e ela é. Como quero "conversar com as palavras", descreverei alguns pontos que me intrigam.

Já reparou que a vida vive dando nós em nossas percepções sobre "tudo"?

Já sei! Em sua cabeça esses nós não têm espaço porque você é uma pessoa que sabe o que quer e não tem tempo para “papo furado” e “romantismo barato”. Tudo bem, é só parar de ler e voltar para a sua "vida programada".

Ok, sua paciência está no "limite", mas, de pirraça, você quer saber como o texto termina, pois você "decide" o que fazer. Além disso, ficou intrigado com o título e pensa que as coisas "esquetarão" daqui para a frente.

Na intenção de desatar ou apertar os nós da minha mente, digo que acho “estranho” o poder que algumas pessoas opostas ao que consideramos nosso "par ideal" têm de nos fazer mudar de idéia. Não que eu tenha um "par ideal" no momento ou queira um.

"Essas pessoas tiram" o nosso chão confortável e nos "mostram" outros caminhos e possibilidades, antes desprezados completamente. E não é que em muitos casos, a gente acaba gostando do que antes não gostava?

É nesse ponto que o “amor ideal” se transforma naquilo que não queremos para a vida?

Eu só sei que o que eu quero ou não vivem vagando de um lado a outro, como se fossem peixinhos no mar. Numa hora estão do lado de cá; noutra, do lado de lá. É um "troca-troca" infernal e eu penso, será que isso é "normal"?

Eu não sou uma pessoa de ficar citando autores e nem gosto disso, mas o Sr. Nelson Rodrigues dizia que "de perto, ninguém é normal". Se ele estivesse vivo, eu lhe daria os parabéns pessoalmente por essa observação, pois a acho "curiosíssima"!

Voltando aos meus nós, acabei de entender a minha percepção de dupla penetração. Num dia, as informações penetram em meu cérebro de tal forma que eu fico arrepiada com o fato de ter encontrado “definitivamente” o caminho a ser seguido. É como se eu fosse imbatível e capaz de tomar todas as decisões que me levarão ao “caminho eterno da felicidade”.

Passado algum tempo, muitos livros, filmes, músicas, pessoas, lugares, peças, arquiteturas, calçadas e conversas, percebo que as minhas percepções estão “de cabeça para baixo” e ficam melhores assim.

Já que não há "saída", que a vida penetre a minha mente e a faça germinar, mudar de rumo e gozar "sempre"!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A realidade na TPM

Hoje, a realidade está na TPM e logo cedo começou a "buzinar" um monte de reclamações nos meus ouvidos. Ela está num mau humor daqueles e está me deixando estressada. Veja o que ela disse sobre algumas coisas que atormentam a vida das mulheres.

1) Quer ter um corpinho nota 1000 em 15 dias? Esqueça!

Para alcançar um corpo melhor, você terá que ralar muito na academia e controlar o "leão" que existe em seu estômago. Pode ser que os resultados venham se você for disciplinada e seguir a sua meta até o fim. Parece fácil, mas não é. Lembre-se que você não é só um corpo e pode atrair muita gente com outras milhares de qualidades escondidas embaixo das gordurinhas. Seja menos fútil e tenha mais conteúdo!

2) Quer ter muito dinheiro? Ou você ganha na mega sena ou vai ter que trabalhar MUITO, aprender a economizar para, um dia, comprar os tão sonhados bens materiais. Ah! Ser um gênio e ter uma idéia revolucionária também pode encurtar o caminho, desde que você convença um investidor a aplicar dinheiro para materializar a sua idéia e venda esse "produto" para muitas pessoas. Mesmo assim, terá que pagar um absurdo de impostos, salários das pessoas que trabalharão para você, a parte dos acionistas etc. Pode até ser que sobre um salário mínimo para você no final do mês...hehehehehe.

3) Quer conquistar o gato dos seus sonhos? Não leia os absurdos que as revistas publicam. Imagine quantas mulheres tolas seguirão os mesmos passos para conquistar o gato que você também quer. O jeito é deixar a vida rolar e "sondar" se ele também está interessado em você. Se não estiver, caia fora e procure outro pretendente. Existem muitas possibilidades no mundo. Se conseguir o gato, analise e veja se ele vale a pena e se preenche as qualificações mínimas definidas por você. Depois que a paixão passa, vem a realidade e o que sobra pode não ser exatamente o que lhe atrai.

4) Quer um trabalho melhor? Arregace as mangas e envie o seu curriculum para as empresas que têm o perfil parecido com o seu. Você tem a opção de escolher. Só não vale passar a vida toda reclamando sem fazer nada!!!

5) Um último aviso de uma realidade à beira de um ataque de nervos! A tristeza está me enchendo o saco e acaba de me colocar cara a cara com a realidade, ou seja, o espelho, e eu percebi que em alguns momentos, sou chata pra caramba!!

A realidade e a tristeza que se entendam porque eu, Sônia, tenho que voltar ao trabalho!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Propaganda de Cerveja para mulheres

Tenho a certeza de que todas as mulheres estão de saco cheio de assistir às propagandas de cerveja que mostram apenas mulheres peitudas e bundudas, em trajes que servem para garotinhas de 10 anos.

Os publicitários têm que perceber que nós, mulheres, também bebemos uma cervejinha de vez em quando e, gostaríamos de ver mais criatividade nas propagandas.

Por isso, eu gostaria de saber como seria, para vocês, uma propaganda top de linha...daquelas de deixar a gente de boca aberta. Mandem as suas sugestões!!!

Saúde!!!!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Uma Esperança


Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.
Houve um grito abafado de um de meus filhos:

- Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso.
Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.

- Ela quase não tem corpo, queixei-me.

- Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.

Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender.

- Ela é burrinha, comentou o menino.

- Sei disso, respondi um pouco trágica.

- Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.

- Sei, é assim mesmo.

- Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.

- Sei, continuei mais infeliz ainda.

Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando-a como se vigiava na Grécia ou em Roma o começo de fogo do lar para que não se apagasse.

- Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar devagar assim.
Andava mesmo devagar - estaria por acaso ferida? Ah não, senão de um modo ou de outro escorreria sangue, tem sido sempre assim comigo.

Foi então que farejando o mundo que é comível, saiu de trás de um quadro uma aranha. Não uma aranha, mas me parecia "a" aranha. Andando pela sua teia invisível, parecia transladar-se maciamente no ar. Ela queria a esperança. Mas nós também queríamos e, oh! Deus, queríamos menos que comê-la. Meu filho foi buscar a vassoura. Eu disse fracamente, confusa, sem saber se chegara infelizmente a hora certa de perder a esperança:

- É que não se mata aranha, me disseram que traz sorte...

- Mas ela vai esmigalhar a esperança! respondeu o menino com ferocidade.

- Preciso falar com a empregada para limpar atrás dos quadros - falei sentindo a frase deslocada e ouvindo o certo cansaço que havia na minha voz. Depois devaneei um pouco de como eu seria sucinta e misteriosa com a empregada: eu lhe diria apenas: você faz o favor de facilitar o caminho da esperança.

O menino, morta a aranha, fez um trocadilho, com o inseto e a nossa esperança. Meu outro filho, que estava vendo televisão, ouviu e riu de prazer. Não havia dúvida: a esperança pousara em casa, alma e corpo.

Mas como é bonito o inseto: mais pousa que vive, é um esqueletinho verde, e tem uma forma tão delicada que isso explica por que eu, que gosto de pegar nas coisas, nunca tentei pegá-la.

Uma vez, aliás, agora é que me lembro, uma esperança bem menor que esta, pousara no meu braço. Não senti nada, de tão leve que era, foi só visualmente que tomei consciência de sua presença. Encabulei com a delicadeza. Eu não mexia o braço e pensei: "e essa agora? que devo fazer?"

Em verdade nada fiz. Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim.

Depois não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada.

Clarice Lispector
P.S. Eu AMO esse conto.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O Ensaio sobre a Cegueira

Quem me conhece, sabe que eu sou apaixonada pelos livros do José Saramago, escritor português. Quem me conhece, sabe também que eu sou ultra ansiosa e vivo roendo as unhas por conta disso.

Pois bem, depois de esperar mais de 1 ano, finalmente, o filme O Ensaio sobre a Cegueira tem data marcada para ser exibido nas salas de cinema do país, 12 de setembro (uma sexta-feira). Com certeza, eu irei no primeiro dia.

A ansiedade é tanta que eu já pensei em reler o livro para o tempo passar mais rápido...hehehehehe.

Espero que o filme seja tão sensacional quanto o livro.

Depois eu escrevo sobre o filme no blog.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Felizes para sempre?

Todo mundo sabe que as princesas dos contos de fada sofrem. A coitada da Cinderela é explorada pela madrasta. A Bela Adormecida sofre com a inveja que a bruxa do espelho tem de sua inigualável beleza. A Branca de Neve é envenenada ao comer uma maçã aparentemente inofensiva e, a história se repete com todas essas garotas inofensivas, bondosas e à espera do príncipe encantado.

Apesar de todo o sofrimento e a luta incansável para ficar com os príncipes, elas sempre têm o apoio de uma fada madrinha. Quer ir ao baile minha querida? Um momento! Levantarei a minha varinha mágica e transformarei os seus trapos no vestido mais lindo do mundo. Não tem carruagem para ir e nem sabe que os ônibus, táxis, metrô e trem vão demorar alguns séculos para existir? Isso não é problema, transformarei abóboras e ratos em um belíssimo veículo puxado por cavalos de primeira. Não vai ter tempo de arrumar toda a casa e se preparar para o baile? A mágica resolve tudo num piscar de olhos, ou melhor, levantar de varinha.

É claro que toda essa mordomia tem as suas condições. À meia noite tudo volta a ser como antes.

Em nossas vidas de pobres donzelas mortais parece que as coisas acontecem após a meia noite. Não temos fadas madrinhas e beijamos os sapos na esperança de que se tornem príncipes. O nosso vestido é parcelado (às vezes, quase financiado), após percorrermos todas as liquidações da cidade. Os nossos sapatinhos não são de cristal e vivem arrebentados pelos buracos das calçadas.

Se não der tempo de arrumar a casa, a gente joga tudo dentro do guarda-roupa, lava a louça em 5 minutos, troca o lixo do banheiro, varre o chão o mais rápido possível e borrifa algum produto cheiroso no ar. Essa é a faxina da hora do desespero.

Paralela à faxina, a gente tira o buço com um creminho milagroso que age em 5 minutos, descolore os pêlos do corpo, hidrata o cabelo com os chamados kits de tratamento de choque, tira o excesso de cutículas com o removedor de cutículas e muda a cor dos cabelos com uma tinta que age em 20 minutos.

Se a barriga estiver maior do que a gente gostaria (ela quase sempre está), a gente coloca uma cinta e fica sem comer, respirar e sorrir a noite toda.

Se o bumbum não for como o da Carla Perez, a gente coloca uma calcinha de enchimento.

Se os seios estiverem caídos, a gente coloca um sutiã de sustentação máxima.

Se o cabelo estiver muito volumoso, a gente faz escova, chapinha e torce para não chover.

Se a pele estiver com espinhas, a gente enche o rosto de maquiagem. Ganhamos dois quilos extras só nessa fase.

Bom, agora a faxina está ótima (só não pode abrir a porta do guarda-roupa), os acessórios para disfarçar as imperfeições estão todos no lugar e, finalmente, podemos sair de casa à procura dos sapos, quer dizer, futuros príncipes. Só não pode respirar, tomar chuva, sorrir e comer para a cinta não arrebentar e o cabelo arrepiar.

Também tem que ter cuidado para não manchar o vestido e os sapatos financiados e beijar o sapo errado!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Futebol Feminino em Pequim

Campeões não são feitos de medalhas. São feitos de garra, superação, luta, disciplina e amor ao que fazem. Essas qualidades vocês têm na medida exata e podem sentir orgulho por colocar o Brasil no pódio.

Parabéns campeãs brasileiras. Vocês arrasaram!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Minha companhia

"Melhor par não me faria, eu e essa minha falta de companhia".

Uma vez, há muitos anos, li isso em uma agenda da Tribus e sempre que entro em conflito com alguém, essa frase me vem à cabeça.

Em muitas situações, nós somos as melhores companhias para nós mesmos.

sábado, 16 de agosto de 2008

A literatura, eu e a KILOMÉTRICA


Amanhã, finalmente, eu vou à Bienal do Livro, que acontece em São Paulo, no Centro de exposições Anhembi, até o dia 24 de agosto.

Minha PAIXÃO pela literatura começou muito cedo. Quando eu era criança e ainda não sabia ler, ficava extremamente incomodada ao ver outras crianças lendo. Não sei se era a vontade desesperadora de decifrar o maravilhoso mundo das palavras ou o meu lado competitivo já em ação.

Eu passava pelo centro da cidade onde morava, na época Americana, e ficava encantada com a quantidade de letras nas lojas, sacolas, folhetos, roupas, carros, legendas na televisão e cartazes de promoção.

Passava horas imaginando o que poderiam ser aquelas letras e os seus significados. Muitas vezes eu cheguei a criar significados para elas.

Quando comecei a estudar e descobrir as primeiras palavras, eu me sentia a criança mais feliz do mundo. Ao ler o primeiro livro sozinha (não recordo o título exato do livro, mas era a história de uma centopéia), eu chorava e ria ao mesmo tempo e é claro que contei, cheia de orgulho, para todas as pessoas que eu conhecia (já era uma profissional de marketing sem saber...hehehehe).

Algum tempo depois, a professora pediu para decorarmos uma "palavra grande" para escrevermos na lousa na semana seguinte. A palavra seria copiada por todos os coleguinhas da classe. Assim, a gente aprenderia muitas palavras novas na semana (muito criativa essa professora).

Não sei como, mas a palavra escolhida por mim foi KILOMÉTRICA. Acho que foi uma homenagem à minha primeia caneta (tem mulher que não esquece o primeiro sutiã. Eu não esqueci a minha primeira caneta). Passei a semana toda treinando a grafia dessa palavra para não errar na hora. No dia combinado pela professora eu mal conseguia prestar atenção às palavras das outras crianças, de tão ansiosa que estava.

Quando chegou a minha vez, fui à lousa e escrevi KILOMÉTRICA com a letra bem caprichada e grande, para que todos vissem a MINHA PALAVRA!

Hoje, percebo que KILOMÉTRICA é a minha vontade de aprender, descobrir fatos, coisas, pessoas, lugares, livros, músicas, filmes e o quanto a vida é cheia de possibilidades.

KILOMÉTRICA também é a nossa capacidade de superar os obstáculos, independente de quantos apareçam nas nossas vidas. Parece até um jogo de última geração, quanto mais obstáculos a gente supera, mais pontos ganha da vida.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Open your eyes

Eu amo a intensidade e velocidade dessa música.

Snow Patrol
All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
My bones ache, my skin feels cold
And I'm getting so tired and so old
The anger swells in my guts
And I won't feel these slices and cuts
I want so much to open your eyes
Cos I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes x4
Get up, get out, get away from these liars
Cos they don't get your soul or your fire
Take my hand, knot your fingers through mine
And we'll walk from this dark room for the last time
Every minute from this minute now
We can do what we like anywhere
I want so much to open your eyes
Cos I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes x8
All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Mudança

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. (Fernando Pessoa)

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Beijando na boca pela primeira vez...


Eu acabei de ouvir a música que estava tocando quando eu dei o meu primeiro beijo na boca.

Depois de 14 anos, eu ainda tenho lembranças frescas, quase reais desse momento. Eu era uma adolescente inocente, sem vaidade e ainda brincava de boneca.

Olha que lindo o look que eu usava no dia: camiseta bege do pateta, bermuda bege, sapatilha dourada (super fashion), muito pó nas orelhas para curar um machucado por tê-las furado com agulha de costura, gelo e rosca de vinho, no consultório odontológico do pai de uma amiga. Para o furo não fechar, eu coloquei linha de costura....quanta loucura, né?

Além das orelhas lindas, meu cabelo estava curtíssimo porque a mesma amiga do furo na orelha "testou" o corte da moda na minha cabeça e detonou o cabelão que eu tinha até a cintura. Fiquei sem a franjona e como o corte estava horrível, optei por cortar todo o cabelo....ainda bem que cresceu!

Voltado à história do beijo, o dono da boca que eu beijei a primeira vez era meu vizinho e tinha três anos há mais que eu (16 e 19). Ele também tinha uma kombi ultra velha, também bege, para fazer a combinação tom sobre tom com a minha roupa. Nós passeamos a tarde toda ao som de muita música techno.

Fomos a uma sorveteria, eu lambuzei toda a minha roupa com sorvete de chocolate (de tanta vergonha que estava do garoto) e conversamos sobre a vida. No final do dia, começou uma chuva fortíssima e ficamos conversando dentro da "komboza", até chegar aquele momento que não tínhamos mais o que conversar.

Ele começou a me encarar e se aproximar do meu rosto. Eu estava um pimentão e só pensava:"Meu Deus, ele vai me beijar!!! Será que o certo é fazer como eu treinei nas laranjas? Será que eu coloco a língua? Será que eu vou babar? Será que ele tem bafo? Será que eu vou conseguir? Será que ele vai gostar? Será que ele vai perceber que é o meu primeiro beijo? Será...será...será?

Em 3 segundos, trezentos bilhões de serás passaram pela minha cabeça, até que ele me beijou....

Eu não sabia o que fazer com as mãos, língua, saliva e batidas do coração. Eu só não queria ter que olhar para a cara dele depois do beijo....o que eu diria? Como deveria reagir após o beijo?

Aí veio o pior. Veio à minha mente o que uma amiga havia dito: - Depois do primeiro beijo, a gente fica MUITO vermelha....é a timidez. Imediatamente, eu parei o beijo no meio e enfiei a cara no espelho para ver a cor das minhas bochechas. Não é que estavam vernelhas?

O garoto achou estranho e perguntou o que tinha acontecido e eu, ultra inocente, respondi: - Eu queria ter certeza de que ao dar o primeiro beijo a bochecha da gente ficava vermelha!!!!!!

Namoramos por dois anos e, hoje, ao ouvir a música, dou muita risada dessa situação!

Beijos para vocês. Não na boca, é claro!!!

Obs: Segue a letra da música

Garotos II - O Outro Lado
Leoni

Seus olhos e seus olhares
Milhares de tentações
Meninas são tão mulheres
Seus truques e confusões
Se espalham pelos pêlos
Boca e cabelo
Peitos e poses e apelos
Me agarram pelas pernas
Certas mulheres como você
Me levam sempre onde querem
Garotos não resistemAos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como euSempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos
Seus dentes e seus sorrisos
Mastigam meu corpo e juízo
Devoram os meus sentidos
Eu já não me importo comigo
Então são mãos e braços
Beijos e abraços
Pele, barriga e seus laços
São armadilhas e eunão sei o que faço
Aqui de palhaço
Seguindo seus passos
Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos....São só garotos....
Se espalham pelos pêlos
Boca e cabeloPeitos e poses e apelos
Me agarram pelas pernas
Certas mulheres como você
Me levam sempre onde querem
Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
Garotos não resistem
Aos seus mistérios
Garotos nunca dizem não
Garotos como eu
Sempre tão espertos
Perto de uma mulher
São só garotos...
Perto de uma mulher
São só garotos...
Perto de uma mulherSão só ... garotos...

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Para olhar e suspirar


Como disse uma amiga, ele é para a gente olhar e suspirar!
Não é preciso dizer mais nada.
Ai...ai...ai...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Licença...

Acho a maior graça nos ônibus de São Paulo.

Quando tem um lugar vago, as pessoas pedem licença para ocupá-lo, mas quando estão sentadas em um banco preferencial (para gestantes, deficientes físicos, idosos e pessoas com crianças de colo), fingem dormir para não ceder o lugar.

Educação estranha essa, né?

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O empurra-empurra no transporte público da cidade grande

Após trabalhar o dia todo, quem vive em São Paulo e depende do transporte público sabe que encontrar um assento para descansar durante o desgastante percurso para casa será, praticamente, um milagre.

Se não fosse extremamente desconfortável, seria engraçado ver a quantidade de pessoas em um único ônibus, vagão de trem ou metrô. As pessoas se empurram o tempo todo e é um sufoco conseguir descer no ponto correto, além de outros obstáculos:

1) Conseguir entrar no ônibus, metrô ou trem sem sofrer um empurrão;

2) Conseguir passar pela multidão que se aglomera dentro do ônibus ou vagão do trem e metrô. A gente pede licença, avisa que quer e precisa passar e poucas pessoas fazem uma forcinha para espremer os demais colegas e dar espaço. A verdade é que elas não têm mais quem espremer ou não sabem como fazer para ceder um minúsculo espaço para quem precisa se locomover dentro da lata de sardinha que é o transporte público dessa cidade;

3) Saber, exatamente, em que ponto ou estação descer (para as pessoas recém-chegadas em São Paulo). Às vezes, a gente pede para o cobrador avisar qual é o ponto correto, ele faz uma afirmação com a cabeça, começa a ler um jornal (isso é um progresso para a educação no Brasil) e esquece de avisar. Aí a gente desce no ponto ou estação errada e passa por outra maratona até encontrar, finalmente, o caminho de casa;

4) Conseguir sentar é um milagre para os santos mais experientes e bem relacionados do plano celestial. Os idosos vão apertados e as pessoas que ocupam os assentos preferenciais fingem dormir para não ceder o espaço que é de direito dos idosos, gestantes, deficientes físicos e pessoas com crianças de colo. E olha que há um adesivo enorme na janela.

A pessoa tem que estar com a fé e todas as rezas em dia para conseguir o tão sonhado lugar, que é disputado, praticamente, a tapa.

Por fim, já tive o meu sufoco matinal e vou me preparando para a sardinha em lata de logo mais.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Uma caipira na cidade grande

Eu, nascida em Americana e residente em Piracicaba, ambas cidades do interior do estado de São Paulo, recebi uma ótima proposta de trabalho na capital. Isso mesmo, estou falando de São Paulo.

Eu tinha apenas uma semana para encontrar um lugar confortável, seguro, próximo ao meu trabalho e que não fosse muito caro. Sem conhecer praticamente ninguém, entrei na internet e comecei minha saga à procura de um lugar. É claro que o primeiro socorro foi no google. Inseri os termos "quarto para locação", "apartamento para dividir", "quarto para moça" etc.

Depois de procurar em vários sites (nada confiáveis) descobri um tal de www.easyquarto.com.br. Nele, as pessoas colocam anúncios gratuitamente sobre o interesse em dividir seu espaço com outras pessoas que tenham um perfil parecido. É claro que eu fiquei desconfiada, ainda mais pelo fato de ver tanta tragédia ligada à essa cidade na televisão e nos jornais.

Como o site disponibilizava (agora a gente tem que pagar uma taxa para ter acesso à essas informações) o nome e telefone das pessoas interessadas em didivir um apartamento ou alugar um quarto, liguei para várias pessoas até chegar em uma casa no Jardim Aeroporto, próximo ao Aeroporto de Congonhas e combinamos de que eu faria uma visita à casa para conhecê-la.

Além de mim, mais quatro moças moram no local. Quatro no quarto de baixo e eu no quarto de cima (resolvi ficar sozinha). As meninas trabalham o dia todo e, algumas, estudam à noite. Por isso, as coisas estão caminhando bem.

Trata-se da casa de uma família (a mulher, o marido e 4 crianças) que alugam o local há mais de 8 anos. Essa iniciativa surgiu porque o Centro de Treinamento de Comissários ficava no mesmo bairro, o que facilitava esse tipo de "negociação" pelos moradores.

Para não virar, literalmente uma zona, a dona da casa não autoriza a entrada de namorados ou festinhas de amigos, para não tumultuar o ambiente e tornar a vida de todas as moradoras melhor.

Como o meu trabalho começaria no dia 14 de abril de 2008, resolvi conhecer a casa em 12 de abril (fui com as malas nas mãos). Cheguei no Terminal Tietê (que conheço bem), peguei o metrô até a estação Conceição, desci e tomei um ônibus até o bairro Jardim Aeroporto.

Por volta das 19h eu já estava no local. A dona da casa, Srta. Cláudia, foi muito receptiva e foi logo me apresentando às outras moradoras, que também foram educadas. É claro que eu não achei o lugar a melhor coisa do mundo e estava um pouco fora das minhas expectativas. Mas essa impressão passou rapidamente em função do pouco tempo que eu passarei no local e valor baixo do aluguel.

No domingo, dia 13, descobri onde ficava a farmácia, padaria, supermercado, academia e salão de beleza. Nesse mesmo dia, comprei algumas comidinhas para passar a semana. O fato do mercado não ser tão perto fez com que eu "sofresse" um pouco para carregar as sacolas do supermercado até a casa. Tive que parar algumas vezes para respirar e colocar as sacolas no chão....que dureza!

Transporte

Ainda estou "apanhando" para saber qual é o melhor ônibus para chegar ao meu trabalho e tenho agüentado firme as horas em pé, com os pés doendo dentro dos sapatos de salto alto e amontoada com outras pessoas no ônibus que chacoalha sem parar.

Teve um dia desse semana, acho que foi na terça-feira (15/04) que peguei 3 ônibus e um metrô até chegar em casa. É lógico que cheguei "arrebentada", mas tudo bem!

Por enquanto, as coisas caminham bem. Vamos ver como elas ficarão nas próximas semanas.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Maldita coceira, cuidado com os erros de português!

Coceira Maldita

Flor nasceu uma menina vigorosa, saudável, feliz e de sorriso fácil.

As coisas caminharam assim até a adolescência. Mais ou menos lá pelos 12 anos, tornou-se extremamente quieta e sempre chorava pelos cantos. Foi nessa época que descobriu uma alergia inédita no mundo. Visitou os melhores médicos (os piores também), seguiu todas as orientações da “medicina popular” (Eita povo criativo, tem solução para tudo. Como diz o ditado, de médico e louco todo mundo tem um pouco), tomou banho com todas as ervas, usou todos os remédios naturais, rezou para todos os santos, freqüentou todas as religiões e nada de solucionar o problema. A coceira foi tomando conta de Flor, deixando-a desesperada a maior parte do tempo. A alergia só dava uma trégua quando ela ficava sozinha.

Um dia Flor encontrou um senhor na rua (daqueles que contam detalhadamente todas as situações já vividas). O monólogo seguia assim:

- A gente vivemos um tempo de menas alegria. Há muito tempo atrás os cidadões faziam ações beneficientes. Hoje, a nível de solidariedade, tudo mudou-se. Você acredita que ontem eu estava subindo para cima e uma senhora passou por mim meia cansada, abatida, coitadinha, deve ter chego com muitas pertubação na cabeça. Eu observei que ela comia dois pãozinhos com mortandela e mais ou menas duzentas gramas de salame (mulher gulosa...nem oferece um pedaço pra gente. Deve de ser por isso que ela ta meia gordinha)...blá...blá...blá.

No início da conversa, a coceira apareceu discretamente. Três horas depois, a situação estava incontrolável e Flor saiu correndo para a sua casa (ali a coceira não a atacava, exceto quando alguém a visitava).

De repente, o telefone toca. Ela o atende e descobre que se trata uma vendedora de telemarketing, que já disparou a explicar algo para a pessoa do outro lado.

- Eu gostaria de estar verificando, a nível de pesquisa, se a senhora já sabe das promoções desse mês. O valor que a senhora pagava na assinatura caiu para baixo e isso é ótimo, não acha? Vou estar enviando os novos foletos para que a senhora mude a assinatura para o pacote plus. Daqui três dias eu ligo para mim fazer as alterações e blá..blá...blá.

Flor rolada no chão, sem coragem de desligar o telefone. Ouviu a atendente de telemarketing durante 48 minutos e, finalmente, teve sossego com o fim da ligação.

Aos 62 anos, seu corpo estava tomado por cicatrizes. Ela não podia sair de casa ou receber visitas, mas acreditava que nem tudo estava perdido, pois descobriu a origem de sua maldita alergia: ERROS DE PORTUGUÊS!

Hoje, aos 140 anos ela fez uma nova descoberta: é imortal e, toda vez que alguém comete um erro de português no mundo, a coceira a ataca sem dó.

Portanto, na condição de amigo, eu os oriento: Muito cuidado ao falar, essa alergia é cruel e já infectou várias pessoas pelo mundo. As maiores vítimas são aquelas que tratam as palavras de qualquer jeito. Se você despreza as palavras, as chances de se coçar pelo resto da vida chegam a 98%!


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