quarta-feira, 23 de abril de 2008

O empurra-empurra no transporte público da cidade grande

Após trabalhar o dia todo, quem vive em São Paulo e depende do transporte público sabe que encontrar um assento para descansar durante o desgastante percurso para casa será, praticamente, um milagre.

Se não fosse extremamente desconfortável, seria engraçado ver a quantidade de pessoas em um único ônibus, vagão de trem ou metrô. As pessoas se empurram o tempo todo e é um sufoco conseguir descer no ponto correto, além de outros obstáculos:

1) Conseguir entrar no ônibus, metrô ou trem sem sofrer um empurrão;

2) Conseguir passar pela multidão que se aglomera dentro do ônibus ou vagão do trem e metrô. A gente pede licença, avisa que quer e precisa passar e poucas pessoas fazem uma forcinha para espremer os demais colegas e dar espaço. A verdade é que elas não têm mais quem espremer ou não sabem como fazer para ceder um minúsculo espaço para quem precisa se locomover dentro da lata de sardinha que é o transporte público dessa cidade;

3) Saber, exatamente, em que ponto ou estação descer (para as pessoas recém-chegadas em São Paulo). Às vezes, a gente pede para o cobrador avisar qual é o ponto correto, ele faz uma afirmação com a cabeça, começa a ler um jornal (isso é um progresso para a educação no Brasil) e esquece de avisar. Aí a gente desce no ponto ou estação errada e passa por outra maratona até encontrar, finalmente, o caminho de casa;

4) Conseguir sentar é um milagre para os santos mais experientes e bem relacionados do plano celestial. Os idosos vão apertados e as pessoas que ocupam os assentos preferenciais fingem dormir para não ceder o espaço que é de direito dos idosos, gestantes, deficientes físicos e pessoas com crianças de colo. E olha que há um adesivo enorme na janela.

A pessoa tem que estar com a fé e todas as rezas em dia para conseguir o tão sonhado lugar, que é disputado, praticamente, a tapa.

Por fim, já tive o meu sufoco matinal e vou me preparando para a sardinha em lata de logo mais.